sábado, 23 de maio de 2015

08. OPINIÃO SOBRE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

      
 P. Que orientação é dada pelo Espiritismo aos seus adeptos com relação a doação de órgãos, que constitui hoje uma das mais entusiásticas campanhas das grandes mídias, em prol de milhares de pessoas que compõem extensa fila à espera da feliz oportunidade de retorno a uma vida mais saudável, digna e feliz?

       R. Sendo o Espiritismo uma Doutrina que dá aos seus adeptos certa liberdade de escolhas e de pensamentos, ao mesmo tempo em que os esclarece acerca do "após morte", sempre que se faça oportuno, refere-se às facilidades e/ou dificuldades que os espíritos desencarnantes encontram, amiúde, em se desligarem do corpo físico no momento em que este perece para a vida que lhe é própria.
        De acordo com tais esclarecimentos, uns conseguem ver-se livres do sistema biológico falido quase que imediatamente, sendo logo recebidos por Entidades espirituais amigas e benfeitoras, que os conduzem, em breve tempo, a páramos reconfortantes, relativamente felizes, especialmente quando hão enfrentado com galhardia grandes e vitoriosas provas no educandário terreno, ou quando hajam concluído com êxito suas missões, grandes ou pequenas, na sociedade ou nos grupos a que tenham pertencido. Outros, porém, à vista de seus endividamentos pessoais para com a Lei Universal, ou por guardarem exagerado apego às coisas da materialidade, permanecem ainda, por um tempo indefinido e indeterminado, agregados aos despojos orgânicos, em muitos casos, sentindo-lhes a natural decomposição, o que se lhes apresenta como dolorosa penitência aos desregramentos e aos males que hajam perpetrado na experiência terrena recém concluída. 
        Como o assunto "doação de órgãos" é relativamente novo, e como os Espíritos não costumam determinar o que devemos ou não fazer dos nossos pertences biológicos, tanto em vida como na morte, já que temos o livre arbítrio, com o qual, aliás, devemos aprender a lidar, fica a nossa decisão restrita à nossa própria consciência. 
       Embora sejamos sempre admoestados quanto à prática da caridade (amor ao próximo - doação), alguns companheiros espíritas têm-se manifestado contrários ao que pede esta campanha, por guardarem justo receio quanto à probabilidade de não se desatrelarem de pronto da indumentária carnal, podendo assim virem a sofrer os reflexos da ação do bisturi e da própria retirada dos órgãos do seu corpo, uma vez que poderão estar ainda lúcidos, a tudo assistindo, ligados ainda ao sistema orgânico, sem poderem voltar atrás da decisão tomada em vida.
       Como doador em potencial, declarado, quero aqui deixar a minha opinião pessoal e o meu protesto em favor do bem do próximo, dando vivas à campanha pró doação de órgãos, que a cada dia vem ganhando força midiática, conquistando  adeptos, independentemente de suas crenças ou preferências religiosas.
       Gente, a coisa mais certa é que, ao perecer de suas funções o nosso organismo físico, fatalmente este se achará em imediato e contínuo trabalho de decomposição, por desagregação das células e pela ação natural da invisível mas real multidão de vermes que entra em atividade, no cumprimento da missão que a Natureza mesma lhes determinou desde o princípio.
       De acordo com a orientação segura da nossa Doutrina, o que levamos para o mundo espiritual é a bagagem moral, que compomos com as virtudes que houvermos amealhado ao longo da existência corporal, na nossa vida de relação, e mais nada.
       Segundo, ainda, o que dela apreendemos, o nosso perispírito (corpo fluídico ou astral) seguirá conosco ileso e plenamente vigoroso, seja o que for que aconteça ao corpo físico aqui deixado. O simples fato de alguém declarar-se como doador já lhe demonstra o desapego em relação à matéria, o que realmente é o mais importante.
       Pensemos mais sobre isto. ///


NOTA:    CONFORME REZA A LEGISLAÇÃO ATUAL, NÃO BASTA A DECISÃO PESSOAL DE SER UM DOADOR. É PRECISO QUE A FAMÍLIA SAIBA E TENHA PLENA CONSCIÊNCIA DA NOSSA INTENÇÃO, PARA QUE TOME AS PROVIDÊNCIAS CABÍVEIS E COM A URGÊNCIA NECESSÁRIA, PARA QUE ESTA DE FATO SE CONSUMA, UMA VEZ QUE SOMENTE COM A AUTORIZAÇÃO OFICIAL DE UM FAMILIAR ADULTO E BEM PRÓXIMO DO FALECIDO É QUE OS ÓRGÃOS PODERÃO SER REMOVIDOS.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

07. O RELACIONAMENTO DOS ESPÍRITAS COM JESUS


       P. Qual o tipo de relacionamento que os espíritas têm com Jesus, já que estes se dizem cristãos, tanto quanto os evangélicos e os católicos?

       R. Muitos imaginam que os Centros Espíritas são lugares onde só o que se faz é entrar em franca comunicação com os Espíritos e tomar passes. Equivocam-se, completamente. A comunicação com os Espíritos é reservada a um grupo pequeno de médiuns bem preparados, cônscios de sua imensa responsabilidade ante o intercâmbio com os irmãos da outra Dimensão, tanto sofredores, quanto orientadores, eventualmente manifestantes. Mas este não é o momento de tratarmos desta particularidade.
          Antes de cada sessão de passe, em número variável de 4 a 7 por semana, de modo geral e conforme as disponibilidades de cada Casa, acontece sempre uma palestra evangélico-doutrinária, na qual se abordam diversos aspectos do Evangelho de Jesus, dando-se ênfase à necessidade sempre premente de colocá-los em prática no cotidiano e a cada oportunidade surgida, ao invés de apenas guardá-los como conhecimento teórico adquirido.
       Temos também as reuniões de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE), que não apenas abordam os aspectos científico e filosófico, como, sobremaneira, o aspecto religioso da Doutrina, que outro não é senão o estudo do Evangelho de Jesus. 
       Há, ainda, na maioria dos Centros, hoje em dia, grupos específicos de estudo conduzido de O Evangelho Segundo o Espiritismo, uma das obras básicas da codificação, de Allan Kardec.
       Afora isto, tanto no Atendimento Fraterno, como em algumas palestras e na Introdução do ESDE, a recomendação e orientação para a prática de reuniões do "Evangelho no Lar" é dada com regular frequência e com exaustiva insistência a todos os seus frequentadores.
       A pergunta que alguns leitores, não afeitos ao assunto, certamente hão de fazer-nos é, então, a seguinte: "Em que consiste e como se faz essa reunião de estudo do "Evangelho no Lar"?
       Começa-se com a combinação, entre os membros da família (e agregados), de um determinado dia e horário, para que semanalmente se reúnam todos em torno de uma mesa, munidos de pelo menos um ou dois exemplares do Evangelho (seja o "Novo Testamento", seja "O Evangelho Segundo o Espiritismo") e/ou algum outro livro de mensagens de caráter moralmente edificante.
       Profere-se uma prece inicial, em voz alta, mas em tom discreto, sucinta e objetiva, em que se pode pedir o amparo e a assistência espirituais, em nome de Jesus. Em seguida, passa-se à leitura de um dos livros (pode-se ler um trecho ou um texto completo, se este não for muito extenso), podendo-se tecer considerações acerca do tema abordado, para edificação geral. Depois, faz-se a leitura do outro livro, no caso de se estipularem duas obras distintas. As considerações deverão ser breves, evitando-se o caráter discursivo e, mais ainda, os tons de discussão em caso de qualquer divergência de opinião entre os presentes.
    Concluído o estudo propriamente dito, faz-se a prece de encerramento, agradecendo aos Benfeitores, prepostos de Jesus, ali presentes, pela assistência e as vibrações eivadas de paz e de fraternidade dispensadas por estes a cada um dos participantes e seus familiares e amigos, mesmo os que se achem distantes, por eles lembrados durante o estudo e as preces.
       Costuma-se colocar um recipiente com água, a fim de ser a mesma energizada (fluidificada), sem a necessidade de imposição de mãos sobre o mesmo, água esta a ser sorvida pelos participantes logo após o término da reunião.
       O estudo do Evangelho no Lar é uma maneira de nos mantermos em contato, em nossas próprias casas, com os ensinamentos vivificantes do Mestre, que constituem a grande Verdade e o único Caminho, se postos em prática, para a conquista da felicidade a que todos nós almejamos, de fato.
       Eis, pois, uma ligeira ideia de como nós, espíritas, nos relacionamos com Jesus. ///


NOTA:
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quarta-feira, 29 de abril de 2015

06. PERFIL DOS ESPÍRITAS NA ATUALIDADE

       
       P. Quem são os novos adeptos do espiritismo; como e por que essas pessoas estão vindo para os Centros Espíritas? 

      R. De uns 30 ou 40 anos para cá, o Espiritismo prático vem sofrendo mudanças tão significativas, que bem poderíamos defini-las como uma verdadeira revolução, seja pelas novas maneiras de se expor a sua doutrina, os seus ensinamentos e postulados, seja pelo novo perfil daqueles que o têm procurado.
       A começar pelos estudos teóricos da Doutrina, especialmente no que se refere ao exercício mediúnico, em seus diversos matizes e aplicações, que antes era bastante precário, tímido, incompleto, insuficiente. 
       Outrora, bastava um leve indício da presença de uma faculdade mediúnica, particularmente de psicofonia, ou de psicografia, para que a pessoa fosse encaminhada, de imediato, a uma "mesa de desenvolvimento", onde o processo prático de aprendizagem se fazia permeado de dúvidas e desafios, só vencidos com algum tempo de experiência e com o auxílio de alguns poucos confrades mais esclarecidos, estudiosos e devotados, cujo trabalho era o de verdadeira lapidação daqueles diamantes brutos que lhes eram entregues sem nenhuma introdução teórica e sem nenhuma preparação técnica.
        Muitos dos que adentravam as Casas Espíritas faziam-no compelidos pela própria problemática mediúnica complicada, por vezes inexplicável e insolúvel no âmbito de alguns meios religiosos, onde já haviam buscado orientação e amparo inutilmente. Destes, alguns eram vítimas de ações discriminatórias por parte de lideranças religiosas, por conta de seus sintomas de possessão espiritual maligna, sendo-lhes indicado, então, por um amigo ou familiar já conhecedor do Espiritismo, o recurso extremo de se submeterem a um "trabalho de desobsessão" e simultâneo "desenvolvimento mediúnico" em um "centro de mesa" de confiança.
      Nestes últimos tempos, porém, é crescente o número de pessoas que procuram os centros espíritas movidas pelo simples desejo de conhecer melhor essa tal doutrina dos Espíritos, de que tantos falam tão bem e tão abertamente, tendo ou não qualquer indicativo de mediunidade à vista, e sofrendo ou não a injunção de um possível processo obsessivo, na própria pele ou na de um familiar querido.
       Ao longo destas últimas três ou quatro décadas, o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, o chamado ESDE, que já havia sido implantado em algumas casas bem dirigidas, mas de modo ainda bem simplificado, foi, aos poucos, sendo ampliado e aperfeiçoado, tornando-se condição indispensável para um futuro e pretendido exercício da mediunidade, mesmo no seu grau mais simples, que é o da transmissão de energias através do passe magnético-espiritual, na quase unanimidade das Instituições doutrinárias organizadas.
       Ao lado desta constatação, está a de que os grupos de adeptos, mormente os frequentadores das salas de estudos da Doutrina (ESDEs), compõem-se, cada vez mais, de pessoas com bom nível intelectual, muitos até com escolaridade superior e já exercendo profissões de considerável peso perante a sociedade. 
       O mais notável, neste caso, é que tais pessoas não poderão jamais ser vistas como ingênuas, manipuláveis, afeitas a quaisquer fantasias ou ilustrações fantásticas a que alguém, porventura, lhes quisesse submeter, anulando-se, assim, completamente, o velho argumento dos detratores do Espiritismo, de que os espíritas em sua maioria eram pessoas incultas e crédulas, facilmente enganadas pelos falsos espíritos de mortos, os quais nada mais seriam que os próprios demônios, que lhes transmitiam ideias mirabolantes ou bobas demais para que de sã consciência alguém lhes pudesse dar crédito.
       Cai por terra, portanto, esta hipótese, restando aos críticos de plantão a pergunta: Como pode uma doutrina vã e inconsistente obter adesão maciça de pessoas cultas e inteligentes, tal como ocorre com o Espiritismo? O que há, de fato, nesse Movimento Doutrinário, de tão atraente, para que muitos nele permaneçam, depois do primeiro contato, e nele se sintam tão felizes, ao ponto de se modificarem, social e moralmente, para melhor, como se há constatado facilmente?
       Responda a si mesmo, cada um, como bem lhe aprouver. Mas que isto está muito evidente, está, e não há mais como se negar que o Espiritismo está vencendo a batalha que os seus objetores armaram contra ele, com argumentos frágeis e sem nenhuma solidez. ///

Evoti Leal (evoti.leal@hotmail.com)
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quinta-feira, 23 de abril de 2015

05. NÃO VOS DIRIJAIS AOS ESPÍRITAS

       P. Temos aqui três passagens do Antigo Testamento em que o espiritismo e os espíritas são nominalmente mencionados:
      1. "Não vos dirijais aos espíritas nem aos adivinhos; não os consulteis para que não sejais contaminados por eles" (Lev. 19:31).
       2. "Se alguém se dirigir aos espíritas ou aos adivinhos para fornicar com eles, voltarei o meu rosto contra esse homem..." (Lev. 20: 6).
        3. "Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem quem se dê à adivinhação, aos agouros, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo, ou à evocação dos mortos, porque o Senhor teu Deus abomina aqueles que se dão a essas práticas..." (Deut. 18: 9 - 13).
      A pergunta é: O que os espíritas (modernos, da atualidade) têm a comentar sobre estas três sentenças categóricas da Palavra de Deus? Que argumentos poderão usar em seu favor, quando os textos sagrados aí estão, tão claros e tão objetivos, a condená-los por suas crenças e suas práticas?

         R. Para início de conversa, estas três citações foram extraídas do livro "Falsas Doutrinas, Seitas e Religiões", de autoria do Professor Felipe Aquino, escritor de confissão católica, o qual deixa de mencionar a tradução bíblica que teria usado ao transcrevê-las para a referida obra. Acredito só possa ter sido da Tradução feita pelo Centro Bíblico Católico de São Paulo. Tenho em meu poder um exemplar, prefaciado pelo Arcebispo Dom Antonio Maria de Siqueira em 1958.
       É do meu conhecimento, de longa data, que uma das traduções da Bíblia, igualmente recente, a "Tradução Novo Mundo", feita por um grupo de estudiosos membros da Sociedade Torre de Vigia, instituição responsável por toda a literatura doutrinária das Testemunhas de Jeová, foi a primeira a incluir nos textos supra as palavras "espiritismo" e "espíritas", por sua conta e risco.
       Em nenhuma das traduções mais antigas, usadas pelos católicos e pelos protestantes, incluindo-se os evangélicos das muitas denominações mais recentemente criadas, acham-se grafados estes dois vocábulos, até porque eles sequer existiam antes que o próprio Kardec os houvesse criado, isto por volta do ano de 1850, ao escrever e lançar a público "O Livro dos Espíritos", primeira obra básica da Doutrina por ele codificada, o que se deu mais precisamente aos 18 de abril de 1857.
       Assim sendo, o Espiritismo (Doutrina dos Espíritos) e os espíritas (adeptos dessa Doutrina) não existiam nos tempos em que foram escritos os livros que compõem a Bíblia, tanto do Antigo quanto do Novo Testamentos, nem nos tempos em que estes começaram a ser traduzidos para todos os idiomas da Terra. Não confundir médium com médium espírita, que são coisas bem diferentes.
       Por esta razão, a aparente clareza e objetividade destas sentenças, ao nosso ver, é fruto da má fé com que alguns tradutores, sem qualquer pudor ou um mínimo de respeito, buscam lançar em descrédito esta Instituição devotada ao bem da Humanidade. Atentam, pois, contra uma Entidade que não veio ao mundo senão para contribuir com o próprio Cristianismo, restituindo-lhe a pureza e a simplicidade daqueles seus primeiros e gloriosos dias, em que os apóstolos do Evangelho se apresentavam despidos de trajes e títulos pomposos, e cujas reuniões eram totalmente destituídas dos ritos, cerimônias e obrigações, tão em vigor nas Igrejas (ou Sinagogas) da época, sob a tutela das leis escrituradas por Moisés e demais profetas. É de causar-nos estranheza que ainda hoje muitos cristãos prestem obediência relativamente cega a essas leis, total ou parcialmente, conforme as designações dos segmentos a que estejam filiados.
       Que os cristãos tradicionais não aceitem o Espiritismo (sua linha filosófica, seus métodos científicos e seus conceitos de cunho religioso ou evangelizador), tudo bem. Mas, que os líderes de algumas (a maioria) dessas denominações, visivelmente importunados por esta Doutrina esclarecedora e, por consequência, libertadora, continuem tão à vontade para manchar o bom nome desta Entidade com infâmias e difamações completamente inapropriadas, eis com o que realmente nos indignamos e diante do que não podemos mais, ou, para ser mais correto, não posso eu mais permanecer calado.
       Foi este, aliás, o primeiro e principal motivo que me levou a escrever o livro "Bastidores do Espiritismo", de 250 páginas, recentemente editado pela PerSe (www.perse.com.br), além de suprir este blog, no qual o leitor achará mais de cem textos já publicados.
       Espero, do amigo que neste momento me honra uma vez mais com a sua atenção, que possa entender este meu posicionamento e se disponha a ajudar-me com a sua divulgação, para que mais pessoas, entre companheiros espíritas e leigos, possam tomar conhecimento do que aqui exponho.

NOTAS:
a) A PerSe é uma plataforma online de publicação e venda de livros, aberta a autores independentes (como eu).
b) Você poderá adquirir o livro físico ao preço de aproximadamente R$ 38,00, mais frete, pelo site da PerSe (acima), ou diretamente comigo, enviando-me um e-mail.
c) O livro "Bastidores do Espiritismo" encontra-se disponível também em formato e-book, ou seja, em PDF - gratuitamente.
d) Faça contato com este autor pelo e-mail:  " evoti.leal@hotmail.com " - ou pelo facebook: Evoti Leal.
e) Acesse também o blog: "COMPARATIVO ESPÍRITA BLOGSPOT".

Abraços fraternos a todos, com votos de Paz. ///

segunda-feira, 20 de abril de 2015

04. GRAVES DIFAMAÇÕES CONTRA OS ESPIRITISMO (Parte II)

       Veja, agora, as outras dez sentenças expedidas contra o Espiritismo pelo mesmo evangelizador e escritor, autor do livro "ESPIRITISMO - A MAGIA DO ENGANO", senhor Missionário R. R. Soares. Antes, quero esclarecer aos leitores deste blog que aqui estão somente algumas das colocações mais diretas, em que o autor evoca o nome do Espiritismo, uma vez que o seu livro inteiro é permeado de longos trechos em que seus comentários giram em torno de pretensas ações dos demônios, deixando claro que estes seriam os mesmos Espíritos que se manifestam e ensinam nos Centros Espíritas, muitas vezes citando coisas terríveis que nada têm a ver com o Movimento Espírita, nem com a Doutrina Espírita, afinal:

11. << No espiritismo, é comum os demônios usarem essa artimanha (refere-se à pretensa ação de se fazerem passar por espíritos de pessoas mortas) para conquistar seus futuros seguidores. >> (p. 80)

12. << O espiritismo nega todas as doutrinas cristãs. >> (p. 87)

13. << Segundo os ensinamentos do espiritismo, o homem nunca caiu (isto é, nunca pecou), e seu caminho, bom ou mau, é ordenado (determinado) por Deus. >> (p. 92)

14. << O deus do espiritismo não é o mesmo da Bíblia. O espiritismo é panteísta... >> (p. 95) - !?!?!?

15. << Muitas pessoas, inocentes e incautas, ingressam no espiritismo, certas de que é uma religião cristã.  (...) Hoje, algumas estão no espiritismo enganadas e iludidas. (...) Cabe a nós, que já passamos pelo engano do espiritismo, ou os que, embora não tenham se envolvido com ele, conhecem a magia do engano que ele pratica, anunciar a essas pessoas o equívoco que está por trás de tal doutrina espírita... >> (p. 96)

16. << O espiritismo á a maior agência que Satanás estabeleceu neste mundo, para que os homens se perdessem. >> (p. 106)

17. << As adegas, os prostíbulos, as casas de jogos de azar, os bares onde as pessoas se embriagam e tantas coisas que transtornam a vida dos homens são também agências do diabo. O espiritismo não ensina seus adeptos a se afastarem delas: pelo contrário, bebidas alcoólicas, fumo, prostituição e coisas desse tipo são comuns, principalmente no baixo espiritismo. (...) Que ramo do espiritismo se levanta contra todas as coisas proibidas por Deus? Que ramo exalta os valores morais e espirituais da sociedade, em detrimento das práticas nocivas, carnais e diabólicas? Que orientação o espiritismo dá aos seus adeptos quando uma criança começa a mentir, ou a roubar sua mãe ou seus coleguinhas? (...) Ou quando um homem dissoluto desonra uma moça ou comete adultério... (...) Certamente, isso é o início no caminho da perdição, que o diabo tem preparado para arregimentar os homens. >> (p. 109, 110) - este trecho é bem mais longo do que aqui está sintetizado.

18. << No espiritismo, as doenças são "faca de dois gumes", porque, em um momento, servem para que os espíritos escravizem e submetam as pessoas e, em outro, para que estes mesmos se apresentem como curandeiros que vão trazer alívio e paz àqueles que os procuram. >> (p.130)

19. << Os espíritas, com raríssimas exceções, costumam ser pessoas problemáticas. Enfermidades, problemas conjugais, íntimos, morais, são comuns aos praticantes do espiritismo. >> (p. 135)

20.  << Desenvolver-se, no espiritismo, significa abrir a vida cada vez mais à atuação dos espíritos. (...) Quando (os espíritos) percebem que vão perder a batalha, declaram guerra. Manifestam seus verdadeiros intentos e começam as investidas para roubar, matar e destruir a pessoa. >> (p. 145) - os grifos são do próprio autor.

       O que podemos dizer, nós, espíritas, diante de tanta truculência moral, de tantas calúnias, de tão graves difamações, colocando-nos como páreas da sociedade cristã, como pessoas de quem todos deveriam fugir, evitar qualquer aproximação e, mais ainda, qualquer contato físico ou permuta intelectual? Aliás, isto só não acontece mais amiúde porque, ou as pessoas leem pouco e ainda não tiveram acesso a estas informações destorcidas, ou tais coisas já caíram por si mesmas em descrédito geral, já que temos tido, ao longo de nossa jornada de espíritas convictos e irrestritamente confessos, não apenas eu, mas muitos companheiros meus de labores doutrinários, relacionamentos de amizade altamente salutares com pessoas das mais diversas crenças, posto que em todas elas a mesma campanha difamatória se faz presente, seja através de literatura especializada, como a que aqui foi trazida, seja por meio de pregações, em que alguns pregadores fazem menções equivocadas sobre o Espiritismo, que eles notadamente desconhecem por completo. ///

sexta-feira, 17 de abril de 2015

03. GRAVES DIFAMAÇÕES CONTRA O ESPIRITISMO (Parte I)

        P. Sabe-se que o Espiritismo, desde sempre, tem sido difamado por líderes e seguidores de diversas denominações cristãs. Poderia o autor deste blog citar algumas dessas acusações ou críticas sofridas pelo Espiritismo e tecer algum comentário a respeito?

          R. Há mais de meio século tendo contato direto com o Espiritismo, através de leituras, estudos e práticas diversas, sempre ouvi, aqui e acolá, alusões depreciativas, algumas pejorativas, outras deveras caluniosas, sem qualquer fundamento, acerca do Espiritismo, por parte de alguns amigos, parentes e simples companheiro de viagem, de trabalho, etc.
     Há cerca de seis a sete anos atrás, mais precisamente no ano de 2008, adquiri o livro "ESPIRITISMO - A MAGIA DO ENGANO", de autoria do conhecidíssimo e respeitável Missionário R. R. Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus e apresentador do programa Show da Fé, na televisão, livro este publicado em 2002 pela Graça Editorial, do Rio de Janeiro/RJ. Comprei-o, movido pela curiosidade, dada a contundência do seu título.
       Foi logo depois da leitura dessa obra, cujo objetivo, evidenciado em mais de dois terços de suas quase duzentas páginas, é desvalorizar e, tanto quanto possível, destruir a boa imagem da Instituição Espiritismo, perante os seus eventuais milhares de leitores, que decidi escrever um livro resposta, a que dei o título "BASTIDORES DO ESPIRITISMO", publicado agora no início deste ano de 2015.
       Para isso, colhi muitas sentenças igualmente difamatórias de outros autores, também detratores da Doutrina Espírita, ligados a outros segmentos do Cristianismo, todos eles defendendo a bandeira da "Palavra de Deus", consignada na Bíblia, com que pretendem fazer provas contra as crenças e práticas adotadas pelos adeptos desta nova Filosofia, que conta pouco mais de um século e meio de existência, apenas, a partir da sua codificação feita pelo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, conhecido através das obras de sua autoria sob o pseudônimo de Allan Kardec. 
       Para que os leitores deste blog tenham uma ideia mais exata, selecionei, dentre outras tantas, apenas do livro acima citado, vinte (20) sentenças ali "despejadas", que se constituem, algumas delas, para quem tenha um mínimo de conhecimento sobre o Espiritismo, verdadeiros absurdos, indignos de haverem sido proferidos por um cidadão que se considera um "homem de Deus", cuja palavra deve ser sempre bem temperada e, acima de tudo, sensata e honesta.
       Para não prolongar por demais este texto, passo, de imediato, a transcrever os dez (10) primeiros itens, ficando os demais para o próximo texto, quando concluirei o assunto com minhas considerações finais a respeito dos mesmos:

1. << Desde que o homem desobedeceu a Deus, dando ouvidos ao diabo, o espiritismo passou a ser praticado como um verdadeiro culto, e, em certas épocas e locais, tem resplandecido como uma grande doutrina religiosa. >> (página 17)

2. << Um título apropriado para o espiritismo seria satanismo, ou diabolismo, ou, ainda, demonismo. O que acontece no espiritismo, na verdade, justificaria chamá-lo de fábrica de loucos. Engano, crime, loucura, desequilíbrio mental e nervoso, possessão e opressão demoníaca, prostituição, homossexualismo, pederastia, idolatria, etc. - os grifos são do autor. >> (p. 20)

3. << O espiritismo sempre foi e sempre será uma grande fraude. O engano e a mentira fazem parte indispensável do seu currículo. >> (p. 21)

4. << A mentira permeia toda a história do espiritismo... >> (p. 22)

5. << Enquanto nos Evangelhos os demônios são combatidos, no espiritismo são servidos, agradados e até adorados... >> (p. 36)

6. << O grande segredo do espiritismo, nas suas diversas formas, é abrir as vidas às forças do inferno e escravizá-las aos espíritos... >> (p. 45)

7. << Desenvolver-se no espiritismo significa tornar-se escravo dos demônios. Enquanto houver uma dúvida, uma barreira à ação dos demônios, uma pessoa não pode ser considerada desenvolvida. Somente quando eles tomam toda a mente, dominam a vontade, controlam a razão e enganam o intelecto daquela pessoa é que a "aprovam", considerando-a "desenvolvida". >> (página 53)

8. << Os fenômenos que ocorrem no espiritismo não passam de manipulação de demônios que enganam as pessoas... >> (p. 57)

9. << O espiritismo utiliza o engano e a imitação. Os milagres do espiritismo são imitações demoníacas com as quais devemos ter muito cuidado. >> (p. 66)

10. << Durante as reuniões de libertação do espiritismo, há de tudo, menos libertação propriamente dita do indivíduo. O que há, na realidade, é um "acordo entre as partes", ou seja, cada parte come a sua fatia do bolo no momento adequado. >> (p. 68)

       Leia o próximo texto (número 04 desta série), em que darei sequência a esta lista de expressões, algumas deveras ridículas, que traduzem a mais completa falta de conhecimento do autor acerca do objeto de suas críticas. 
       Portanto, até muito breve. ///

Evoti Leal (evoti.leal@hotmail.com)

quarta-feira, 15 de abril de 2015

02. O NASCIMENTO SACRIFICIAL DE JESUS

        P. É sabido que os espíritas não aceitam a ideia de que a morte de Jesus na cruz tenha sido o seu sacrifício redentor em favor da salvação de nossas almas. Então, o que tem a dizer o espiritismo acerca disto?

       R. Que Jesus, o Divino Emissário, vítima da nossa truculenta ignorância, veio a este mundo para nos trazer a salvação, como costumam enfatizar os nossos irmãos católicos e evangélicos, disto nenhuma dúvida agasalhamos, os que somos cristãos-espíritas. Só o vemos de outro modo.
       Para nós, Seu maior sacrifício foi, antes, nascer entre os homens na Terra, enclausurando-se em um equipamento móvel composto de pesado material orgânico, que é o nosso corpo físico, a que Ele, o Espírito Jesus, de muitos milhões de anos-Terra já não se achava mais sujeito, do que morrer entre os criminosos por meio da crucificação, que era simplesmente o método utilizado na época para a execução penal, pelo menos em alguns casos específicos.
       Passemos os olhos pela História da Humanidade e veremos que muitos homens e mulheres, em sua grande maioria pessoas de bem, foram sentenciados à morte por meios ainda mais cruéis e aterrorizantes. Algumas dessas pessoas, a exemplo do Cristo, mostraram-se muitíssimo superiores, espiritualmente, aos que lhes condenaram e executaram, estes últimos até julgando prestar serviços a Deus, em tais execuções, tanto quanto ocorreu em relação aos que trucidaram o Enviado divino.
       Esse Espírito, Jesus, muito antes que se formassem o nosso Sol e o sistema planetário em sua órbita, inclusive o nosso pequenino planeta Terra, já havia alcançado a suprema categoria angelical, isto é, o ápice da evolução espiritual a que um ser criado pode chegar, ao ponto de quase fundir-se, ou confundir-se com o próprio Criador. E isto se deu em outros planetas de outros sistemas de outras galáxias, muito provavelmente, pois cremos também nas transmigrações das almas por diversas moradas do Universo, antes que elas cheguem à sua plenitude evolutiva.
       Perceba-se, então, quão grandioso o seu sacrifício, o de vir alojar-se em um corpo denso e rude, inicialmente em um feto pequenino e frágil, no ventre de uma mulher materialmente pobre e de pouca instrução, depois aos cuidados de um homem, seu pai biológico (assim o cremos), humanamente comum, sem mais qualidades que a de um cidadão honesto e trabalhador, sem acesso a nenhuma tecnologia, em um tempo muito aquém dos mais básicos conhecimentos científicos dos nossos dias, aos quais adentramos com um simples clicar de uma tecla.
       Ora, sendo Ele um Espírito da mais alta esfera de pureza, o mais próximo possível da Inteligência Suprema, a que nós, cristãos, chamamos DEUS, quão difícil não lhe há de ter sido essa incursão na Terra, ainda tão inóspita, quanto ignóbeis os seus habitantes, para trazer-nos conceitos tão mais elevados que os que tínhamos adquirido até então das Escrituras já existentes.
       Por isto, cremos chegada a hora de pensarmos, raciocinadamente, que esse Ser Superior aqui veio para dar-nos a Sua vida, não a sua morte, a fim de salvar nossas almas da profunda ignorância em que viviam, e em que ainda muitos de nós se encontram até os dias atuais, visível em suas/nossas manifestações de egoísmo, orgulho, ambição desmedida, ódios, ressentimentos, indiferença ao sofrimento alheio, escravidão a inúmeros vícios físicos e morais, entre outras tantas.
       Mais valioso que o seu sangue derramado foi o verbo espalhado, de sua boca para o mundo, autenticado pelo seu exemplo prático. Este, sim, para nós, constitui a Sua Mensagem salvadora, que veio nos impulsionar a caminhada rumo às altitudes da Espiritualidade libertadora.
       Por isto é que concordamos com os nossos parceiros de Cristianismo, quando eles, assim como nós, anunciam uma das mais célebres afirmações de Jesus: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém virá ao Pai, senão através de Mim".
       Ouvir atentamente a sua mensagem, este é o Caminho. Entendê-la, isto é tomar conhecimento da Verdade. Praticá-la, isto é de fato tomar posse da Vida. Esta é, pois, a nossa única salvação. Fora disto, não há como chegarmos ao cume da nossa evolução. ///

Nota: Leia também, no blog COMPARATIVO ESPÍRITA, o texto de número 12, a que dou o título RESSURREIÇÃO  X  REENCARNAÇÃO.

Tenhamos todos muita Paz.
Evoti Leal (evoti.leal@hotmail.com)